terça-feira, 10 de novembro de 2015

Você sabe o que são "RIOS VOADORES"?

            Rios voadores são cursos de água atmosféricos invisíveis que transportam umidade e vapor de água.

O maior rio voador brasileiro nasce da evaporação do Oceano Atlântico em sua porção equatorial. A grande umidade ali originada é carregada pelos ventos alísios para a Região Norte do Brasil e precipita, principalmente, sobre a Amazônia. 

Através do processo de evapotranspiração a água que cai  sobre a floresta retorna como vapor para a atmosfera e é transportada para outras regiões do país, inclusive para o sudeste.

O desmatamento contínuo da Amazônia faz com que o rio voador fique cada vez mais “seco” e sem força para chegar aos outros estados brasileiros – o que favorece a estiagem vivida atualmente.

Clicando na imagem abaixo, você pode ver uma animação silenciosa que demonstra a formação do fenômeno dos rios voadores e os caminhos que seguem pelos céus do Brasil, trazendo umidade para outras regiões.




Desde 2008, um projeto científico tenta conhecer melhor os rios voadores. O líder da pesquisa é Gerard Moss, engenheiro e explorador francês naturalizado brasileiro. O trabalho dele consiste em voar com um monomotor coletando vapor d’água. “Enquanto todos os pilotos evitam as nuvens, eu vou direto para elas”, diz. Em seu avião, Moss caça a umidade usando tubos de 40 centímetros resfriados a 70 graus negativos. Numa temperatura tão baixa, qualquer vapor que entra no tubo se transforma, imediatamente, em água. As gotas são então armazenadas para a análise em laboratório.

Assista o vídeo abaixo e conheça melhor esse excelente projeto.



Para atender também às crianças mais jovens, em 2014 foi lançado o livro infanto-juvenil Rios que voam, escrita pela jornalista Yana Marull. O livrinho explica o fenômeno dos rios voadores e a importância da floresta numa linguagem fácil, contando uma história, e fez um sucesso enorme com a criançada.


Você pode baixá-lo em: 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Aprenda a desenhar a Rosa dos Ventos


A Rosa dos Ventos é uma imagem que representa os quatro sentidos fundamentais e seus intermediários.  Instrumento antigo utilizado para auxiliar na localização relativa, isto é, como um ponto posiciona-se em relação a outro. Ela também serve de referência para localização absoluta em mapas e cartas.

     Pontos cardeais:

E: este ou leste;  N: norte;  O ou W: oeste e  S: sul.

     Pontos colaterais:

NE: nordeste; NO ou NW: noroeste; SE: sudeste e SO ou SW: sudoeste.


     Pontos subcolaterais:

ENE: lés-nordeste; ESE: lés-sudeste; SSE: su-sudeste; NNE: nor-nordeste; NNO/NNW: nor-noroeste; SSO/SSW: su-sudoeste; OSO/WSW: oés-sudoeste e  ONO/WNW: oés-noroeste.

Por: Lidiany C. Ribeiro


Por: Lidiany C. Ribeiro

ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO


           Os pontos cardeais servem para nos orientar. São eles: norte sul, leste e oeste. Suas iniciais são: N, S, L, O ou N, S, E, W respectivamente.

Orientação pelo Sol


          O sol “nasce” sempre de um mesmo lado, chamado nascente, leste, este ou oriente.

O sol “se esconde” no poente, oeste ou ocidente.

            O movimento aparente do Sol pelo céu é um dos mais antigos meios de orientação.

Veja abaixo como se localizar pelo Sol:



      Além dos pontos cardeais, temos também os pontos colaterais -  (NO) Noroeste; (NE) Nordeste; (SO) Sudoeste e (SE) Sudeste e os pontos subcolaterais -  (NNO) Nor- noroeste; (NNE) Nor-nordeste; (SSO)Su-sudoeste; (SSE)Su-sudeste; (ENE)És-nordeste; (ESE)És-sudeste; (OSO)Oés-sudoeste; (ONO)Oés- noroeste. 

          Todos esses pontos formam uma figura chamada rosa dos ventos, muito importante para nossa orientação e localização nas mais variadas circunstâncias.




Orientação pelo Lua

A orientação pela Lua é semelhante à orientação pelo Sol. (Ela sempre surge no lado Leste e desaparece no lado Oeste)

Orientação pelas estrelas

No hemisfério Sul é possível orientar-se pelo Cruzeiro do Sul, uma constelação que é vista em quase todas as noites do ano. A partir de algumas relações baseadas nessa constelação, é possível determinar, aproximadamente, o ponto Sul.

No hemisfério Norte, a Estrela Polar, pode ser utilizada para a determinação aproximada do ponto Norte.


Orientação pela bússola


            A bússola é um dos mais antigos instrumentos ainda utilizados pelo homem.

Sua agulha magnetizada aponta sempre para o polo norte magnético da Terra.






Orientação pelo GPS


O GPS – abreviação para a expressão Global Positioning System, que significa “Sistema de Posicionamento Global” – é um aparelho capaz de indicar e localizar qualquer ponto da superfície terrestre.

5 Conceitos fundamentais da Geografia que você precisa conhecer


Assim como se aprendem os conceitos importantes da Língua Portuguesa, Matemática e demais ciências, a Geografia também possui conceitos que são fundamentais para o seu estudo. Confira!



PAISAGEM 

Segundo Milton Santos, geógrafo, “Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem (…). Não apenas formada de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc.” (SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1998.p.61.)

É por meio do estudo da paisagem que percebemos as diferenças temporais – ao observar as construções, por exemplo -, notando as permanências e as mudanças do lugar.
As paisagens, portanto, são construídas a partir de fenômenos de ordem natural e de ordem humana.


Paisagens naturais


São aquelas que não foram modificadas pelo homem e que se destacam por seus elementos naturais (rios, árvores, relevo, flores etc.)









Paisagens culturais 

São aquelas que foram alteradas pelo homem e se destacam por seus elementos culturais ou artificiais (prédios, ruas, pontes, muros etc)




LUGAR



Lugar é uma porção determinada do espaço em que todos vivemos. É onde as pessoas moram, estudam, trabalham, consomem, ou seja, realizam as atividades cotidianas e desenvolvem suas relações sociais e afetivas.

 





ESPAÇO GEOGRÁFICO




É o espaço ocupado e ao mesmo tempo transformado pelo ser humano.

Nele as diferentes sociedades interagem historicamente com a natureza, construindo seus espaços de vida e de produção






TERRITÓRIO

O território é todo espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder, podendo ser contíguo ou fragmentado, variando de um quarteirão dominado por uma quadrilha de traficantes até um bloco econômico constituído por vários países como a União Europeia.





REGIÃO

Porção territorial de extensão variada que apresenta características naturais, sociais, econômicas ou históricas próprias que a distingue de outras partes do planeta.

Existem muitas maneiras de regionalizar um país ou o mundo com um todo, podendo-se usar os mais variados critérios (clima, vegetação, população, economia etc).

Exemplo de regionalização mundial: Países Desenvolvidos e Países Subdesenvolvidos



Exemplo de regionalização do Brasil: Macrorregiões do IBGE (Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul)



segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Por que estudar Geografia?



O estudo da Geografia nos auxilia em uma melhor compreensão da dinâmica do mundo em que vivemos. Essa ciência desempenha um importante papel em nossa trajetória de tentar identificar e compreender as transformações e as relações que ocorrem ao nosso redor e em outros lugares do mundo.

Geografia” é derivada de uma palavra grega, GEOGRAPHIA, cujo a tradução literal é algo como “descrição da terra”. O vocábulo grego é composto por dois radicais que podem facilitar o entendimento da palavra. GEO, que significa “terra” e GRAPHEIN, “descrever” ou “descrição”. ¹

O início da ciência geográfica esteve ligado ao interesse em descobrir e explorar o planeta. Mas, há muito, a Geografia deixou de ser simplesmente a descrição dos lugares sobre a superfície da Terra. Atualmente, seu principal objeto de estudo é o espaço geográfico.        

O espaço geográfico é aquele que as sociedades humanas ocupam, usam e transformam. Nele existem elementos naturais, como montanhas, planícies, rios e vegetação; e elementos produzidos pelos seres humanos, como cidades, estradas, usinas hidrelétricas, campos cultivados e aeroportos. O conhecimento desse espaço é fundamental para se compreender assuntos importantes como a questão ambiental ou a desigual distribuição da riqueza na superfície da Terra. O ensino da Geografia tem o objetivo de nos tornar cidadãos mais conscientes e politizados, criar uma visão real do mundo (tanto geologicamente como socialmente). Que pessoa não muda sua forma de ver as coisas ao se conscientizar dos fenômenos decorrentes do aquecimento global, por exemplo?                    

Não ter conhecimento de Geografia é viver alienado, torna nossa vida restrita e nos incapacita de melhorá-la. Saber nos localizar no mundo em que vivemos e entender a sua formação e funcionamento é muito importante para a formação de todos nós. 

O valioso conjunto de conhecimentos geográficos que acumulamos ao longo de nossa vida nos ajudará a ser cidadãos mais críticos e atuantes e assim contribuiremos para a construção de um mundo melhor. 

¹ http://www.gramatica.net.br/origem-das-palavras/etimologia-de-geografia/

DICA DA LIDY:

Paródia sobre o tema: "A importância da Geografia no cotidiano das pessoas"

https://www.youtube.com/watch?v=D0NEBEaQkYk

domingo, 1 de novembro de 2015

Qual é a diferença entre ética e moral?

Podemos responder a esta pergunta com uma história árabe.
Um homem fugia de uma quadrilha de bandidos violentos quando encontrou, sentado na beira do caminho, o profeta Maomé. Ajoelhando-se à frente do profeta, o homem pediu ajuda: essa quadrilha quer o meu sangue, por favor, proteja-me!
O profeta manteve a calma e respondeu: continue a fugir bem à minha frente, eu me encarrego dos que o estão perseguindo.
Assim que o homem se afastou correndo, o profeta levantou-se e mudou de lugar, sentando-se na direção de outro ponto cardeal. Os sujeitos violentos chegaram e, sabendo que o profeta só podia dizer a verdade, descreveram o homem que perseguiam, perguntando-lhe se o tinha visto passar.
O profeta pensou por um momento e respondeu: falo em nome daquele que detém em sua mão a minha alma de carne: desde que estou sentado aqui, não vi passar ninguém.
Os perseguidores se conformaram e se lançaram por um outro caminho. O fugitivo teve a sua vida salva.
O leitor entendeu, não?
Não?
Explico.
A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral.
A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, ultrapassadas.
Se o profeta fosse apenas um moralista, seguindo as regras sem pensar sobre elas, sem avaliar as consequências da sua aplicação irrefletida, ele não poderia ajudar o homem que fugia dos bandidos, a menos que arriscasse a própria vida. Ele teria de dizer a verdade, mesmo que a verdade tivesse como consequência a morte de uma pessoa inocente.
Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta com absoluto rigor moral, temos de condená-lo como imoral, porque em termos absolutos ele mentiu. Os bandidos não podiam saber que ele havia mudado de lugar e, na verdade, só queriam saber se ele tinha visto alguém, e não se ele tinha visto alguém “desde que estava sentado ali”.
Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta, no entanto, nos termos da ética filosófica, precisamos reconhecer que ele teve um comportamento ético, encontrando uma alternativa esperta para cumprir a regra moral de dizer sempre a verdade e, ao mesmo tempo, ajudar o fugitivo. Ele não respondeu exatamente ao que os bandidos perguntavam, mas ainda assim disse rigorosamente a verdade. Os bandidos é que não foram inteligentes o suficiente, como de resto homens violentos normalmente não o são, para atinarem com a malandragem da frase do profeta e então elaborarem uma pergunta mais específica, do tipo: na última meia hora, sua santidade viu este homem passar, e para onde ele foi?
Logo, embora seja possível ser ético e moral ao mesmo tempo, como de certo modo o profeta o foi, ética e moral não são sinônimas. Também é perfeitamente possível ser ético e imoral ao mesmo tempo, quando desobedeço uma determinada regra moral porque, refletindo eticamente sobre ela, considero-a equivocada, ultrapassada ou simplesmente errada.
Um exemplo famoso é o de Rosa Parks, a costureira negra que, em 1955, na cidade de Montgomery, no Alabama, nos Estados Unidos, desobedeceu à regra existente de que a maioria dos lugares dos ônibus era reservada para pessoas brancas. Já com certa idade, farta daquela humilhação moralmente oficial, Rosa se recusou a levantar para um branco sentar. O motorista chamou a polícia, que prendeu a mulher e a multou em dez dólares. O acontecimento provocou um movimento nacional de boicote aos ônibus e foi a gota d’água de que precisava o jovem pastor Martin Luther King para liderar a luta pela igualdade dos direitos civis.
No ponto de vista dos brancos racistas, Rosa foi imoral, e eles estavam certos quanto a isso. Na verdade, a regra moral vigente é que estava errada, a moral é que era estúpida. A partir da sua reflexão ética a respeito, Rosa pôde deliberada e publicamente desobedecer àquela regra moral.
Entretanto, é comum confundir os termos ética e moral, como se fossem a mesma coisa. Muitas vezes se confunde ética com espírito de corpo, que tem tudo a ver com moral mas nada com ética. Um médico seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não “dedurasse” um colega que cometesse um erro grave e assim matasse um paciente. Um soldado seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não “dedurasse” um colega que torturasse o inimigo. Nesses casos, o tal do espírito de corpo tem nada a ver com ética e tudo a ver com cumplicidade no erro ou no crime.
Há que proceder eticamente, como o fez o profeta Maomé: não seguir as regras morais sem pensar, só porque são regras, e sim pensar sobre elas para encontrar a atitude e a palavra mais decentes, segundo o seu próprio julgamento.

Gustavo Bernardo


Gustavo Bernardo é Doutor em Literatura Comparada, Professor Associado de Teoria da Literatura no Instituto de Letras da UERJ e pesquisador do CNPq. Publicou até hoje vários ensaios, entre eles A Educação pelo Argumento e O Livro da Metaficção, além de outros tantos romances, entre eles A filha do escritor e O gosto do apfelstrudel. Publicou, pela editora Rocco, o livro Conversas com um professor de literatura, contendo 50 crônicas publicadas nesta Revista Eletrônica do Vestibular da UERJ. Acaba de publicar, pela editora Annablume, o ensaio A ficção de Deus. Edita os sites www.gustavobernardo.com, sobre as suas obras, e www.flusserbrasil.com, sobre a obra do filósofo tcheco-brasileiro Vilém Flusser.